25 de jul. de 2011

Oficina de Memória - Adolescência










 A    DESCOBERTA

 Texto de:Acácia Amarelinha

A adolescência, é a fase em que estamos deixando de ser criança para descobrirmos o mundo dos adultos.

É nesta fase que colocamos em pratica todos os ensinamentos aprendidos na infância (valores e crenças aprendidos com a família), para escolhermos um caminho na vida.

Geralmente é neste momento que escolhemos nossa filosofia de vida, descobrimos a nossa sexualidade, escolhemos uma profissão e questionamos os valores e as crenças de nossa educação.

É uma fase difícil, mas muito rica, pois é neste momento que cada um de nós humanos, mostramos nosso caráter, nossa autonomia ou não e nossa personalidade.

É uma fase muito importante para nossa vida adulta futura, pois nossa felicidade está alicerçada nos caminhos, que iniciamos nessa fase de nossa vida.
(Cidinha - Acácia Amarelinha)


















                          



Texto  Coletivo 
Depoimentos de Acácias
da Liga das Acácias

Escrito por: 
Acácia Amarelinha, Rosielaine  e  Dorothy
 
OFICINA ADOLESCÊNCIA


Minha mãe falava que não tinha “Adolescente Nada” . “ Se precisar eu desço o cacete”

Tínhamos ideais políticos lutávamos pelo que acreditávamos, estávamos em anos de rebeldia, mas sempre voltados para o lado do bem, a maioria gostava de uma bebidinha, cerveja às vezes, mas o medo de decepcionar a família era grande, pois a maioria das participantes tinham princípios ...Rígidos ou não, mas tinham bons princípios.

Algumas de nós puderam ver os soldados indo para a guerra do Vietnã, pela televisão, e não gostaram nada daquela situação, e, chegaram a participar de protestos.

Medo de perder a paz!

Menstruamos muito cedo. Nossa primeira menstruação não foi explicada, algumas achavam que iriam morrer. “Minha mãe nunca me disse nada”, “não sabia o que era aquilo”, “minha avó que me explicou”. “Fui chorar no banheiro!”

Outras não tiveram problemas, pois as mães sofreram com isso, e modificaram a atitude não adotando a mesma atitude da mãe reprimida.

Outras tiveram que conquistar seus objetivos sozinhas e a duras penas, construíram princípios observando as coisas erradas do mundo e os maus exemplos, sabendo que era exatamente o contrário que queria para si mesma.

Sentimos que a família é e sempre será, a base para todos. Algumas garotas, erroneamente achavam que o casamento poderiam libertá-las do inferno familiar, muito rígido. Outras queriam viajar, aprimorar a língua estrangeira, ir para a Disney, fazer festa de 15 anos, competir natação, tocar na banda com a família, andar de motocicleta, fazer footing. A maioria de nós não casou virgem, mas conheceram um único homem.

Eu era Bandeirante e meu pai não deixava ir viajar só se fosse para ir e voltar no mesmo dia. Tudo precisava de merecimento. Sentia-me infeliz.

Quando pintou a vontade de trabalhar eu fui, meu pai não queria deixar, mas com 16 anos eu fui trabalhar no banco, como era o meu sonho.

Eu não queria trabalhar a minha mãe quem me obrigou aos 18 anos.

Com 9 anos, se eu quisesse ir ao cinema, precisa datilografar um contrato na imobiliária do meu pai.

Somos do  tempo em que o leite era entregue na porta de casa (trazido pelo leiteiro) que muitas vezes eram furtados pelos boêmios e bezerrões, mas também íamos comprá-lo na padaria, com a leiteira. Nesta época chegávamos na padaria com a leiteira e podíamos pedir meio litro de leite.

Estudamos, fizemos curso técnico, saímos para bailinhos, matamos aulas, colecionamos coisas, namoramos, algumas sómente conheceram os maridos (1º. Namorado, 1º. Amor, 1º. Homem, 1º. Tudo).

Não aprendi o instrumento que meus pais queriam , mas depois que formamos uma Banda ele levava a gente para tudo que é lugar para tocar.

Os namoros começavam muito cedo, com 11 anos, precisava pular a janela para ir namorar, pois não tinha permissão, a mãe ia atrás e a trazia de volta. Casou-se com esse namorado há 35 anos.

Outra começou a trabalhar aos 14 anos e lá é que conheceu seu marido, casando-se com 19 anos, está casada há quase 40 anos.

Quase todas não tinham autorização para sairem sozinhas com o namorado, algumas somente depois dos 18 e outras nem assim!

O horário para estar em casa era 22 horas, mesmo que para isso, tivesse que deixar o cinema antes mesmo do filme terminar, pois se não cumprisse esse horário, com certeza não teria autorização para sair novamente.

Havia aquela que morava no Paraná, lá começou a namorar com 13 anos, veio para São Paulo completar seus estudos, conheceu seu marido na faculdade e casou-se com 19 anos. Não tinha liberdade, mesmo morando longe dos pais.

A que morava em Santo André, tinha mais liberdade, andava de bicicleta com os meninos, estudava em São Paulo, trabalhou em uma montadora onde predominava homens e conheceu seu marido numa viagem de férias em Santos e casou-se com 27 anos.




postado por:
Acácia Amarelinha

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